Obscurantismo e resistência

É preciso trazer outra vez à tona o enfrentamento de Elias, aquele profeta que resistiu aos 450 profetas de Baal na época do reinado de Acabe, de 874 a 853 a.C. Naquela ocasião, os profetas de Baal comiam da mesa de Jezabel, a famigerada esposa do rei, o que vale dizer que eles tinham o respaldo do governo. Enquanto isso, os profetas de Deus eram mortos por ordem da rainha ou viviam escondidos em cavernas. O distanciamento de Deus era tão sério e generalizado, que o povo não sabia como se posicionar, se a favor de Deus ou de Baal. A cegueira tomou conta de suas mentes de tal modo, que os profetas acreditaram que Baal seria capaz de meter fogo na lenha do altar sem que eles riscassem um fósforo sequer. Para enfrentar esses falsos profetas, esse obscurantismo enorme e esse apoio oficial enorme, era necessária uma resistência enorme (1 Rs 18.20-40).



Os Elias de hoje e todos os demais “sete mil homens”, cujos joelhos não se dobram diante de Baal (1 Rs 19.18; Rm 11.4), têm muito trabalho pela frente. Precisamos da prática da resistência — a arte de não ceder, de não se deixar arrastar, de não se dobrar diante de nenhuma pressão que tenha o propósito claro ou velado de remover o homem do centro da vontade soberana e particular de Deus.



As pressões em voga são muitas e variadas. Criam vícios generalizados, arraigados, empedernidos e vulgares. Tornam a palavra profética medrosa, rara, vacilante, destoante e, às vezes, concordante.



É preciso oferecer resistência aos culpados da vergonhosa má distribuição de renda ao redor do planeta. O que os Estados Unidos gastaram nos últimos nove meses com os 1.100 foguetes contra 359 alvos no Iraque — 1 bilhão de dólares — daria para amenizar em boa dose a tragédia da fome na África. No Brasil, 10% dos mais ricos acumulam 29 vezes o que 40% dos mais pobres possuem.



É preciso oferecer resistência aos que estão destruindo a família ao provocar mais uma revolução sexual, ainda mais liberal que a anterior. O que se ensina e se mostra hoje é que “a fidelidade conjugal geralmente exige grande esforço quando a pessoa se sente viva sexualmente e não abdicou dessa forma de prazer”. Se é difícil e não satisfaz, a fidelidade deve ser encostada, tanto para homens como para mulheres — ensinam os profetas de Baal.



É preciso oferecer resistência à doutrina da reencarnação, cada vez mais espalhada, cada vez mais aceita, cada vez mais desejada. Não há maior agressão ao cristianismo e à pessoa de Jesus Cristo do que a reencarnação. Ela derruba por terra a graça de Deus, a expiação e o perdão do pecado, mediante a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.



Se José resistiu à mulher de Potifar, se Jó resistiu a seus infortúnios, se Neemias resistiu a seus adversários, se Daniel resistiu ao decreto do rei da Pérsia, se Jesus resistiu ao diabo, se Elias resistiu aos profetas de Baal — por que não resistiríamos hoje, com o auxílio de Deus, às mesmas pressões de ontem e às pressões pós-moderna?

(Revista Ultimato on-line)

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