Não espere o inesperado. Espere em Deus!


Por Pr Alexandre Rangel

  Era manhã de sol e tranquilidade na base americana de Pearl Harbor, no dia 7 de dezembro de 1941, quando estrondos retumbantes e explosivos se ouviram por uma tropa que estava desfalcada devido às folgas de fim de semana. A base em chamas, gritos desesperados e correria. O céu escurecido pelas cinzas e o calor aumentado pelas chamas da destruição. O som temível de aproximadamente 440 aviões da marinha imperial japonesa comandados diretamente pelo vice-almirante Chuichi Nagumo, desferindo um ataque fatal e outrora bem planejado pelo então almirante Isoroku Yamamoto.
           Da mais bela manhã ao mais surpreendente inferno em pleno dia. Da serenidade daqueles dias americanos à eclosão de uma investida bélica japonesa contra os EUA, quando cerca de 2400 militares americanos e 68 civis foram vítimas fatais do evento, sem contar as estimáveis perdas materiais.


O inesperado aconteceu. A guerra chegou ou já estamos nela há tempos? Indagaram os americanos em um misto de emoções e sentimento de vingança.

Nessa manhã inesperada de domingo, a segunda guerra mundial começou para uma nação. Inesperado.

Faraó já havia dito sim. Podem ir do Egito, ou melhor, devem ir do Egito. Nas rodas do alto império o assunto é o mesmo: os hebreus devem deixar o Egito imediatamente. Estamos debaixo da ira do Deus dos hebreus. Ele é mais forte que os nossos deuses ancestrais. “Deixem ir os hebreus, deixem ir os hebreus” – parte a ordem de Faraó após uma sucessão de calamidades praguejadas sobre um povo idólatra e egocêntrico.

Os hebreus. Ah...! Felizes, contagiantes, ricos e protegidos por uma marca de sangue.

Outrora, quatrocentos anos de escravidão e trabalhos. Distanciados e alocados numa região separada. Sem direitos, estrangeiros, confinados e pobres. Dependentes de dinastias egípcias e chorosos por uma libertação e um libertador.

Surge uma esperança: Moisés. Os hebreus o acompanham, inflamados por uma fé em um Deus que é superior e que prometeu uma festa no deserto. E quem não gosta de festa?

O povo sai vibrante do Egito, na confiança de algo melhor, mais abundante e livre, levando consigo a esperança de dias felizes e gloriosos prometidos por um Deus ainda pouco conhecido que parece ter ficado calado e inerte durante quatro séculos.

Estão andando rumo à concretização de sonhos, cheios de imaginações sobre o que haviam de ver e experimentar na famosa e comentada terra prometida. O cheiro do Egito já estava ficando para trás para milhares de homens, mulheres e crianças.

Enquanto isso no palácio de Faraó, outra voz se ouviu: “vamos atrás deles; o certo é matar a todos ou forçá-los a dar meia volta”. Logo se ouve o som dos carros e cavaleiros egípcios numa furiosa perseguição aos hebreus.

O caminho que os hebreus tomaram para sair do Egito deu exatamente nas margens do Mar Vermelho. E agora? Como atravessar?

O inesperado aconteceu. Não era pra ter mar à frente nem pra Faraó vir atrás com sangue fervendo contra os hebreus. O que deu errado? O que foi que Moisés e os hebreus deixaram de fazer?

Sabe como chama isso? Inesperado.

O restante da história da travessia você já conhece. Agora, enfrentar o inesperado é realmente um grande desafio.

Ninguém espera o inesperado. Óbvio.

Ninguém espera receber a notícia de uma doença grave. Ninguém igualmente espera receber um telefonema dizendo que uma tragédia aconteceu com sua família. Nenhuma mãe espera uma notícia ruim a respeito da criança que esta sendo gerada em seu ventre. Ninguém espera que no dia seguinte esteja na lista de demissão de sua empresa. Ninguém espera que um filho cometa um crime e seja preso por tal ato. Nenhum paciente espera que no dia seguinte tenha que ser submetido a uma cirurgia às pressas de um agravamento de seu quadro. Ninguém espera que por amor a uma boa causa haverá sofrimento. Ninguém espera que os outros não reconheçam seus esforços. Ninguém espera que aviões entrem pelas tores gêmeas do World Trade Center, nem que homens bomba explodam inocentes no cotidiano. Ninguém espera que o amor de sua vida a abandone, nem que uma mãe ou um pai são capazes de abandonar um filho.

Não fomos preparados para o inesperado, ninguém nos ensina nas escolas. Mesmo que tentemos prever o que seria possível acontecer, ainda assim o inesperado será sempre inesperado.

Mas eu tenho uma notícia confortante para você. Temos um Deus que está antes do inesperado. Ele não espera, pois se antecipa ao que se espera. Ele não espera, pois não está submisso ao tempo.

A fé é a antecipação do que se espera (Hb 11.1), já que não temos a capacidade de antecipar o que não se espera. Sendo assim, apenas Deus antecipa o que não se espera, pois Ele não espera.

Nosso conforto: esperar em Deus, já que ele se antecipa ao inesperado. Esperar somente nele. Pela fé.

Parece difícil entender, mas Ele mesmo registrou como proceder: E agora, Senhor, o que posso esperar? (inesperado) A minha esperança está em ti. (Sl 39:7 )

Deposite sua total confiança em Deus, confie Nele, espere Nele.

O inesperado? Não espere o inesperado. Não viva nesse conflito. Espere em Deus!

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