Arrependimento, a manchete do Evangelho
Por Rev. Hernandes Dias Lopes
João Batista foi o precursor de Jesus, para preparar o caminho de sua
chegada. Brandindo a espada do Espírito, conclamou o povo a
arrepender-se e a produzir frutos de arrependimento. Não se trata de
arrepender e novamente se arrepender, mas de arrepender e dar frutos de
arrependimento. Arrependimento significa mudar de mente e de direção.
Implica em mudança. Exige transformação. Impõe um novo rumo com novas
atitudes. Aqueles que permanecem no erro, mesmo que se desmanchem em
lágrimas, não dão provas de arrependimento nem demonstram seus frutos.
Arrependimento é um tema ausente na maioria dos púlpitos contemporâneos.
Nossa geração prefere entreter os pecadores a chamá-los ao
arrependimento. Prefere mantê-los sorrindo caminhando para a morte, do
que levá-los ao choro do arrependimento para a vida.
O arrependimento exige mudanças em três áreas vitais da vida:
1. A razão. Arrependimento significa mudar de mente.
O arrependimento verdadeiro é conceitual. Traz uma nova luz para a
mente e faz brotar um novo entendimento da vida e dos valores que a
governam. Uma pessoa arrependida compreende que o pecado é maligníssimo.
Uma rebelião contra Deus. Portanto, foge não apenas das consequências
do pecado, mas, sobretudo, do pecado. Aqueles que se deleitam no pecado e
se refestelam nos prazeres da vida, mesmo que derramem lágrimas amargas
quando recebem o merecido salário do seu pecado não demonstram um
genuíno arrependimento. Os frutos do arrependimento só podem ser
produzidos por alguém que recebeu a luz da verdade na mente, a convicção
do pecado no coração e, consciente e deliberadamente se aparta do
pecado como o maior de todos os males.
2. A emoção. Arrependimento significa sentir
tristeza segundo Deus pelo pecado. É demonstrar um profundo pesar por
ofender a santidade de Deus. É afastar-se do pecado como uma coisa
abominável aos olhos daquele que é puro. A tristeza segundo Deus produz
vida e não morte. Conduz o homem pelas veredas da salvação e não pelos
abismos da condenação. A tristeza do mundo esmaga, atormenta e mata. A
tristeza do mundo produz culpa e remorso, mas não alivia a consciência,
porém a tristeza segundo Deus abre a ferida, mas também cura. Convence
de pecado, mas também conduz à fonte do perdão. Arrependimento não é
remorso que leva à morte, mas é choro pelo pecado que conduz à vida.
Aqueles que se arrependem choram não porque foram flagrados no pecado e
agora estão sofrendo as consequências do seu erro, mas choram porque o
pecado é mau aos olhos de Deus.
3. A vontade. Arrependimento significa dar meia
volta, mudar de direção e adotar um novo comportamento. Não é
arrependimento e novamente arrependimento, mas arrependimento e frutos
de arrependimento. Aqueles que verdadeiramente se arrependem não vivem
mais na prática do pecado. Não são mais escravos do pecado. Não vivem
mais com o pescoço na coleira do diabo. Arrependimento significa
abandonar o pecado para deleitar-se na santidade. Significa deixar o
reino das trevas e ser transportado para o reino da luz. Arrependimento,
mais do que sentimento, é atitude. Não é aquilo que falamos apenas, mas
aquilo que fazemos. Não é discurso diante dos homens, é mudança de vida
diante de Deus. Não é um desempenho teatral para impressionar as
pessoas, mas um quebrantamento sincero diante de Deus. Não é rasgar as
vestes, mas o coração. O arrependimento é a manchete do evangelho, a
porta de entrada no reino de Deus, uma exigência inegociável para a
salvação.
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